Em 2011 fui ao cinema para ver o filme Amizade Colorida, não
tinha sessão no horário que eu queria, acabei optando de ver o filme Contágio que conhecia
pouco até ali, mas confiei no vasto elenco qualitativo que contava com três
atrizes vencedoras de Oscar. Hoje revi o filme, segue a análise.
Em tempos de uma pandemia é legal rever o filme e ver onde
podemos chegar se as consequências se agravarem.
Na época o filme por ser de ficção não me deixou com a mesma sensação que deixou hoje.
O diretor Soderbergh preferiu não pegar uma única história para
envolver o espectador, ele coloca todos como coadjuvantes e mostra como principal
o invisível que é o vírus no caso.
Temos aqui a visão da imprensa, da OMS, da empresa de saúde
americana, do Pai que protege a filha e perde a esposa, da propagação da Fake
News e de como o vírus circula em diferentes culturas no mundo.
O diretor mostra através de uma fotografia fria
e distante as mazelas da sociedade após o vírus atingir o pico, mostra os
perigos que os médicos correm e como ele interfere em todos os setores da
sociedade desde o sistema funerário no qual não temos local para enterrar os
corpos até o caos que fica as cidades sem coleta de lixo e sem abastecimento,
em pouco tempo o ser humano racional vira animal. Já temos em regiões da América do sul como o Equador situação similar.
O que mais me chama atenção no filme é como o diretor tem
esse cuidado de mostrar sem muitos exageros o reflexo de um vírus que é
quatro vezes mais potente que esse atual e bem mais letal na mortalidade mas
que mesmo assim tem o tom realístico que o mundo Real apresenta, alguns
defendem a economia e outros a saúde.
Assistir esse filme hoje é necessário, vamos ver vários
pontos que já estamos vivendo e ver que a ficção é bem próxima a realidade. A
cena final é primorosa e mostra que se uma simples lavagem de mão tivesse
acontecido tudo tinha se resolvido e não teríamos o filme.